O Custo do Silêncio x O Custo do Barulho

Tanto as marcas sem voz própria quanto as barulhentas estão perdendo dinheiro - e a gente pode provar

O brandbook é sagrado, ninguém mexe. Já a estratégia sonora... Muda mais do que o humor do Donald Trump. É óbvio que essa conta não fecha.

Você deixaria alguém esticar seu logo? Pintar de roxo? Trocar a helvética por uma fonte inflada em vidro só porque "tá na moda"? Claro que não. A consistência visual é lei, todo mundo sabe.

Mas abre o TikTok ou o Reels da maioria das marcas. A consistência no som? Zero.

O que a gente vê são gigantes globais "alugando" a atenção alheia com trending sounds do momento (ou com aquela trilha branca de banco que todo mundo já usou). No visual, são marcas poderosas. Épicas. No som, sofrem de crise de identidade. Parecem perfis do tipo pick me. Tudo gado de trend.

Imagine a Dua Lipa em um clipe cantando com a voz da Adele, em outro com a voz do Ed Sheeran. Em outro, ela vem com a voz do João Gomes. No seguinte, com a voz da Anitta. Pois é mais ou menos isso o que a maioria das marcas faz, como se fosse bonito.

Cá entre nós: se fosse só feio, nem seria tão ruim. O problema é que esse é um erro estratégico que, hoje, custa caro.

A Identidade Fragmentada (ou: "Quem é você mesmo?")

O relatório Best Audio Brands 2024 da amp mostra um dado bacana: 88% das 100 maiores marcas do mundo já têm um Sonic Logo. Maravilha! Porque, nesse mundo cheio de vida e de sons, ficariam só com o logo visual?

Essas 88 marcas estão mandando bem, mas existe um baita elefante na sala: inacreditavelmente (pra nós, pelo menos), a maioria delas esquece de usar seus sonic logos nas redes sociais.

Aqui na Jinga a gente chama isso de "negligência sônica".

Não é que elas fiquem em silêncio absoluto. Elas até falam, mas usam a voz dos outros. Ficar dependendo de meme e áudio da moda gera entretenimento? Até que gera. Mas constrói Brand Equity? Não constrói. E pensa aí num enorme não constrói. O relatório da amp é super claro: usar áudio de tendência faz a marca virar paisagem. Ela se mistura na multidão. O que, vamos combinar, é um jeito barulhento de sumir.

Faz o teste: tira o logo visual do final do vídeo. O consumidor sabe de quem é? Se a resposta for "não", parabéns: você está pagando para anunciar a categoria, mas não para anunciar a sua marca. Seus concorrentes agradecem. São capazes de até mandar flores. Com cartão.

O Som é o Cheat Code do Cérebro

Sabe por que a gente bate tanto na tecla da música original? Porque o ouvido é bem mais rápido que o olho e, na economia da atenção, isso é vital.

A VCCP divulgou um estudo sobre a Attention Economy que assusta de morte qualquer analista de branding: 85% dos anúncios digitais recebem menos de 2,5 segundos de atenção ativa. Quero ver você contar uma história visual complexa nesse tempo. Nem chamando Mr. Steven Allan Spielberg vai ter jeito.

É aí que o som entra e… rufem os tambores – ganha do sistema.

Dados da System1 e do TikTok mostram que assets sonoros próprios reduzem o tempo necessário para acionar uma memória. Com a marca sônica certa, o recall aparece já a partir de 1,5 segundo. UM SEGUNDO E MEIO!

É simples: o som captura o tempo de cérebro que o visual não consegue garantir.

E isso vira dinheiro. Quer saber como?
Dados do Spotify com a amp mostram que marcas com música própria geram um Ad Recall 33% maior do que aquelas que usam stock music genérica. Cada 100 reais aplicados viram 133. Te cuida, Warren Buffett!

Showmanship vs. Vendedor Chato

Você talvez pense que, como esse blog é de uma produtora de música, a gente está pensando em empurrar uma trilha com uma orquestra pra você colocar no seu próximo story ou reel. Mas não é nada disso.

Estamos falando de estratégia.

O erro clássico é achar que "música de marca" precisa ser chata, corporativa, bóóóring.
Isso não é verdade. O relatório da System1 prova: anúncios com alto "Showmanship" (entretenimento, humor, narrativa, emocionantes) constroem marca e também convertem vendas. Não é um ou outro.

A mágica acontece quando você junta entretenimento à identidade de marca. Anúncios de criadores (Creator Led) que usam sonic assets próprios da marca geram 2,3x mais Brand Awareness e 3x mais Brand Image do que os que não usam. Vamos combinar que é uma enorme diferença.

O Jeito Jinga: Flexibilidade é tudo

A gente sabe como é. A campanha precisa dos assets pra ontem. Tem que funcionar no filme de 30”, no bumper de 6”, no story, e sabe Deus no que mais.

A solução não é repetir o mesmo jingle até o público começar a vaiar. A solução é criar um Ecossistema Sonoro.

Ter um DNA sônico claro, mas que se desdobra. Um tema flexível, que vira um beat de trap pro TikTok, uma textura minimalista pra um tutorial, uma trilha épica pro manifesto, um jingle chiclete no comercial de TV, ou uma brand song emocionante na convenção de fim de ano.

Consistência não é repetição cega. É familiaridade, é memorabilidade (mas com contexto).

E agora, o que fazer?

Se a marca está muda na sua própria identidade, ou soando genérica como um "banco de trilha", ela está jogando fora o ativo mais valioso que existe: um lugar fixo na memória do seu consumidor.

E o que você escuta nada mais é do que o som do dinheiro descendo sem parar pelo ralo.

Nós sabemos como resolver isso. Fale com a gente.

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A Regra do 1,5 Segundo: Quando seu Sonic Logo é mais rápido que seu Logo Visual