Seu comercial de TV virou um podcast de luxo

Na era da segunda tela, a TV não é mais um meio visual: ela é um meio sonoro com suporte de imagem. Quem entender isso já sai na frente.

Começou o break comercial. O que acontece na sala de qualquer brasileiro?

Ninguém fica estático, hipnotizado, olhando para a tela esperando o packshot lindão aparecer.

No segundo que o programa corta, as mãos vão automaticamente para o celular. Os olhos descem para o WhatsApp, para o Instagram, para o pet. A TV continua lá, ligada, gigantona, em 4K... e falando sozinha.
Ou melhor: falando para ouvidos atentos, mas olhos distraídos.

Se o seu filme depende de um gancho visual, de uma legenda ou de uma fotografia espetacular para ser entendido, temos uma má notícia: a marca acabou de pagar uma fortuna por um "momento de rádio" que ninguém entendeu.

A Guerra da Segunda Tela

O relatório Hacking the Attention Economy da VCCP confirma confirma aquilo que todo mundo já sabe, mas nem todo mundo admite: o Dual Screening. Mesmo quando a TV está ligada, a tela pequena fragmenta a atenção.

Eles chamam isso de Atenção Passiva. O consumidor está presente, comerciais rolando, som chegando, mas o foco visual está em outro lugar.

Você pode brigar contra isso (boa sorte tentando fazer um brasileiro largar o celular) ou - e aqui está a boa notícia - pode usar isso a seu favor.

O Áudio é o "Call to Eyes"

Se o olho está no celular, o único sentido que sobra para "chamar" a atenção de volta para a TV é a audição.

Um Sound Design bem feito, um jingle ou uma trilha com personalidade funcionam como gatilho. Quando toca aquele som familiar da marca, o cérebro do consumidor (que é multitarefa, mas curioso) envia um comando imediato: "Olha pra cima, isso aqui eu conheço".

Sem esse gatilho sonoro, o comercial passa, o programa volta, e sua marca foi apenas um ruído de fundo caríssimo. Sumiu sem deixar lembrança.

Não é achismo, são dados do IPA

Você pode pensar: "Claro que a Jinga vai dizer isso, afinal, eles vendem som". É justo. Mas quem diz isso não somos nós, são os dados.

O estudo clássico The Power of Music, de Les Binet e Daniel Müllensiefen, analisou dados do IPA DataBANK e descobriu uma verdade que devia mexer com a cabeça de qualquer financeiro: comerciais de TV que colocam a música como protagonista são 20% a 30% mais eficazes em gerar resultados de negócio do que aqueles que não colocam.

O número é tão espantoso que não custa repetir, porque você pode ter pensado que é engano nosso: 20 a 30 por cento mais eficazes em gerar resultados ($$$$$$)!

Por quê? Porque a música carrega a emoção e a identidade mesmo quando a atenção visual está desviada ou falha. Ela garante que a mensagem chegue, mesmo quando as retinas estão ocupadas e só os tímpanos estão disponíveis.

O Jeito Jinga: Do TikTok ao Big Brother

Um erro comum é achar que a trilha da TV e a do TikTok são dois bichos diferentes. Não são. São partes do mesmo ecossistema. Ou pelo menos deveriam ser.

Na Jinga, a gente cria pensando na coerência total. O mesmo Sonic DNA que precisa frear o scroll no celular em 1,5 segundo (lembra do artigo anterior?) é o que vai fazer brasileiros e brasileiras levantarem a cabeça do celular quando o comercial da marca passar no intervalo do Big Brother.

Se a marca tem uma voz consistente em todos os pontos, o "podcast de luxo" da TV reforça o vídeo do TikTok, e vice-versa. A onipresença sonora cria a familiaridade. E familiaridade é uma outra forma de dizer relevância.

Resumo da Ópera Rock

Pare de tratar a TV apenas como cinema. Comece a tratá-la como o maior sistema de som da casa do seu cliente. Porque é isso mesmo que ela é, você gostando ou não, na maior parte do tempo.

Se o seu filme funciona "de olhos fechados", ele está pronto para a guerra da segunda tela. Se não funciona... tá bem, pelo menos a fotografia estava bonita. Parabéns.

Quer garantir que sua marca seja ouvida (e vista)? Fale com a gente.

 

Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música. Ela nos permite voar sem sair do chão.
— Aldous Huxley
Anterior
Anterior

Showmanship x Salesmanship: A diferença entre vender agora e vender sempre

Próximo
Próximo

A Regra do 1,5 Segundo: Quando seu Sonic Logo é mais rápido que seu Logo Visual